Adoção da Impressão 3D na Indústria do Brasil: Panorama e Desafios

Nos últimos anos, tenho acompanhado de perto a evolução da manufatura aditiva e sua aplicação na indústria. Como CTO da Wishbox Technologies, vejo diariamente como a impressão 3D pode ser transformadora. No entanto, o Brasil ainda enfrenta desafios importantes para a ampliação dessa tecnologia. Este artigo é uma reflexão sobre o atual estágio de adoção da impressão 3D no país, seus entraves e o caminho que temos pela frente.

No panorama atual, apesar do avanço significativo nos últimos anos, a impressão 3D ainda é subutilizada no Brasil. Dados do IBGE mostram que apenas 19,2% das indústrias de médio e grande porte utilizam algum tipo de manufatura aditiva. Essa taxa está bem abaixo da observada em países como Estados Unidos e Alemanha, onde a impressão 3D já é integrada em larga escala aos processos industriais.

Nos Estados Unidos, cerca de 67% das empresas já utilizam a impressão 3D para prototipagem e desenvolvimento de produtos, e aproximadamente 10% a empregam na produção final. Uma pesquisa da PwC indicou que 71% das empresas manufatureiras americanas já utilizavam impressão 3D em 2016. Na Alemanha, aproximadamente 44% das empresas industriais com mais de 100 funcionários já empregavam a impressão 3D em 2021, e outros 20% planejavam adotá-la em breve.

Enquanto globalmente o mercado de impressão 3D movimenta mais de US$ 18 bilhões por ano, com crescimento médio anual de 16,6%, o Brasil ainda caminha em ritmo mais lento

Barreiras para adoção: Os principais entraves à adoção da impressão 3D na indústria brasileira são conhecidos e precisam ser enfrentados com seriedade:

  • Falta de mão de obra qualificada para operar e projetar para impressão 3D;
  • Incerteza dos resultados, medo quanto ao retorno sobre o investimento;
  • Baixo conhecimento dos decisores sobre os benefícios concretos da tecnologia;
  • Barreiras culturais e resistência à mudança nos processos tradicionais;
  • Insegurança quanto à padronização e à proteção da propriedade intelectual.

Mais de 80% das empresas apontam o alto custo como barreira à adoção de tecnologias digitais como a impressão 3D, o que não é bem verdade, hoje existem equipamentos industriais abaixo dos R$ 100 mil. Mais da metade cita a falta de profissionais qualificados, por isso a importância de uma empresa parceira para oferecer essa capacitação e acompanhamento de resultados. E quase 50% indicam o risco econômico como um dos principais impeditivos, especialmente em cenários de instabilidade.


Além disso, muitas empresas ainda enxergam a impressão 3D apenas como uma solução para prototipagem, quando na verdade ela já é amplamente utilizada para produção de peças finais, ferramentas de montagem e componentes de alta performance. A transformação digital exige uma mudança de mentalidade – e isso passa por liderança, capacitação e visão estratégica.

Na Wishbox Technologies, trabalhamos justamente para enfrentar essas barreiras. Atuamos lado a lado com nossos clientes, desde o planejamento até a execução, oferecendo suporte técnico, capacitação contínua e tecnologias acessíveis para facilitar a transição para o mundo da manufatura aditiva.

O Brasil já conta com cases inspiradores, a INMES, por exemplo, cliente da Wishbox, aplica a impressão 3D não apenas para protótipos, mas também para componentes finais em suas máquinas industriais. Isso acelera a inovação, reduz custos com moldes e permite personalização em escala.

A Heineken já implementou a tecnologia em 12 fabricas no Brasil, em sua planta de Alagoinhas (BA), adotou a impressão 3D para fabricar internamente peças de reposição, diminuindo o tempo de inatividade e ganhando autonomia no chão de fábrica. A MGA, no setor metalmecânico, passou a produzir dispositivos de fixação com geometrias complexas que seriam inviáveis por métodos tradicionais.

A Embraer, por sua vez, já fabrica mais de 100 componentes de aeronaves usando impressão 3D, com redução de até 60% nos custos de produção e ganhos expressivos em agilidade e sustentabilidade. A Volkswagen do Brasil utiliza a tecnologia em protótipos, ferramentas e dispositivos de montagem, otimizando processos fabris.

Como pudemos ver, o Brasil ainda está em fase de amadurecimento quanto à impressão 3D, mas isso também representa uma enorme oportunidade. As empresas que enxergarem agora o potencial da tecnologia estarão em vantagem nos próximos anos. A manufatura aditiva está mudando a forma como projetamos, produzimos e entregamos valor.

Na Wishbox, acreditamos que a impressão 3D é um dos pilares da nova indústria brasileira. Estamos comprometidos com esse futuro e seguimos impulsionando nossos clientes nessa jornada.

Se você lidera tecnologia, engenharia ou inovação, vale a pena refletir: sua empresa está preparada para essa transformação?

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